Renamo
contra-ataca e ridiculariza discurso de "entrega
de Armas"
Depois
de a dias ter sido a Frelimo a colocar um travão a sessão extraordinária condicionado
a realização desta a sinais concretos da Renamo no que diz respeito a desmilitarização
desta vez a Renamo contra-ataca através de Ivone Soares chefe da bancada parlamentar
ao afirmar ser ridículo o discurso de
entrega das armas.
Elísio Muchanga
Segundo a chefe da bancada parlamentar da Renamo Ivone Soares não basta apenas o governo exigir que a Renamo
entregue as armas, o processo é muito mais complexo que isso.
“É preciso que não se pense que o processo é apenas entregar as armas. É
muito mais complexo do que isso” disse Soares acrescentando em seguida que “É
preciso saber onde é que vão viver os guerrilheiros depois de saírem das matas
de Gorongosa e de outros pontos onde estejam”, disse a sobrinha do falecido
líder Afonso Dhlakama.
A chefe da bancada parlamentar da Renamo salienta ainda que é preciso
saber que actividade socio económicas o Estado coloca a sua disposição, e que
capacidades serão criadas para que os militares da Renamo ao saírem das matas não passem por algum tipo de dificuldades para
reiniciar suas vidas.
Com estas palavras Soares da a
entender que o processo de desarmamento dosa homens residuais da Renamo pode
vir a levar mais tempo do que se imagina.
Soares diz achar ridículo que a opinião pública, sobretudo a Frelimo,
exija que o seu partido entregue as armas ao Governo. Para ela, trata-se de
gente que desconhece por completo a complexidade e os contornos do processo das
negociações para o alcance da apregoada paz efectiva no país.
“Nós achamos ridículo quando ouvimos pessoas dizerem queremos que
entreguem as armas... Queremos que entreguem as armas... Está bem! E Depois!?”,
questiona Soares.
De acordo com ela, para a Renamo se desmilitarizar deve, primeiro, haver
garantias de que os seus guerrilheiros não estarão sujeitos a privações quando
já forem desmobilizados.Mas adiante a chefe da bancada parlamentar da Renamo frisou que “Encorajamos vivamente” que o Governo e a liderança do maior partido da oposição “assegurem que urgentemente comecemos a ver, efetivamente, sinais concretos de reintegração social justa” desses já
Saimon Macuiane antigo negociador
do processo de paz referiu que “não estamos a tratar, em simultâneo, assuntos
militares e a lei eleitoral. Não se pode confundir assuntos distintos e em
tempos distintos”, afirmou.
O discurso da Renamo através da
chefe da bacada parlamentar surge numa altura em que a Frelimo condicionava a realização
das sessão extraordinária a sinais de desmilitarização das forças resíduas da Renamo
e num altura em que a mesma exige que os próximos pleitos eleitorais devem
decorrer sem armas na posse de partidos políticos.
“As eleições autárquicas devem
acontecer num clima de ordem, transparência e justiça” o porta voz da bancada
parlamentar da Frelimo Edmundo Galiza Matos Júnior
Os partidos políticos e a sociedade civil, em geral, têm o desafio de
assimilar as mudanças introduzidas na legislação autárquica, por forma a
exercerem os seus direitos políticos conscientemente, acrescentou.