Reembolso da dívida externa
cai em 42 milhões de USD
O administrador do Banco Central salientou que entre os factores de desgaste das reservas internacionais figuram a venda de divisas no MMI, no valor de 207 milhões de dólares, cerca de metade do realizado no trimestre anterior.
Assim, de Janeiro a Junho as vendas líquidas de divisas totalizaram cerca de 638,5 milhões de dólares, superando o valor registado no mesmo período de 2013, que foi de 491 milhões de USD.
O reembolso da dívida externa do País
registou, no primeiro trimestre do corrente ano, uma queda significativa na
ordem de 42 milhões de dólares norte- americanos, enquanto as reservas internacionais
tiveram, no mesmo período, um desgaste de 34,3 milhões após uma acumulação de
188,6 milhões de USD, de acordo com dados relativos à conjuntura económica e perspectivas
de inflação divulgado, semana finda, pelo Banco de Moçambique
Texto:Elísio Muchanga
Dados
divulgados recentemente pelo Banco de Moçambique indicam que o reembolso da dívida
externa reduziu em 42 milhões de USD, no primeiro trimestre de 2014, tendo sido
reembolsados neste período 145,7 milhões de UDS, contra 189.5 milhões de USD em
igual período do ano passado.
Segundo Valdemar de Sousa, porta-voz e
administrador do Banco de Moçambique, a desaceleração do endividamento foi
expressiva no sector privado, que passou de 104,9 milhões de USD, no primeiro
trimestre de 2013, para 61,8 milhões no período em análise.
Ainda no primeiro trimestre de 2014, o esforço
realizado pela economia para o pagamento das suas dívidas para com o resto do
mundo totalizou 141,1 milhões de USD, representando um crescimento anual de
49,5 porcento, dos quais 38,7 milhões de USD foram reembolsados pelo Estado e
102,4 milhões de dólares pelo sector privado.
Porém,
deste último cerca de 87 milhões de dólares foram reembolsados pelas empresas
pertencentes à categoria dos grandes projectos.
Dados
do Banco de Moçambique referem ainda que as reservas internacionais líquidas
registaram um saldo de 3.150,3 milhões de USD, no fecho do segundo trimestre de
2014, porém este saldo é equivalente a um desgaste de 34,3 milhões no trimestre,
após uma acumulação de 188,6 milhões de dólares, situando-se acima do saldo
estabelecido pelo programa.
O administrador do Banco Central salientou que entre os factores de desgaste das reservas internacionais figuram a venda de divisas no MMI, no valor de 207 milhões de dólares, cerca de metade do realizado no trimestre anterior.
Assim, de Janeiro a Junho as vendas líquidas de divisas totalizaram cerca de 638,5 milhões de dólares, superando o valor registado no mesmo período de 2013, que foi de 491 milhões de USD.
Outro aspecto que contribui para o desgaste das
reservas internacionais são os diversos pagamentos efectuados pelo Estado ao
exterior, no valor de 59,8 milhões de dólares, bem como a amortização do
serviço da dívida externa do País em 45,9 milhões, passando o valor amortizado
no semestre para 82,1 milhões de USD.
Financiamento ao sector privado cresce 3,8
porcento
Os dados do Banco de Moçambique revelam
que, em Maio de 2014, o crédito bancário ao sector privado totalizava 164,002
milhões de meticais, o equivalente a um aumento na ordem dos 5.957 milhões de
meticais, com um incremento anual de 32.667 milhões de meticais, cerca de 5,1
pontos percentuais abaixo do observado em igual período do ano transacto.
Beneficiaram-se
neste período de crédito os sectores de construção, com 1.238 milhões de
meticais, agricultura, com 235 milhões de meticais, o comércio com 180 milhões
de meticais, excluindo o crédito concedido às empresas públicas, o crédito à
economia que incrementou em 5.739 milhões de meticais.
Receitas públicas disparam em
67,1 porcento
De acordo com o Banco de Moçambique, o Estado arrecadou receitas
na ordem de 41,439 milhões de meticais, correspondentes a um incremento nominal
de 67,1 porcento em comparação com igual período de 2013.
O banco refere que este valor equivale a 7,9 porcento do PIB
(Produto Interno Bruto), estimado para o ano de 2014, mais 2,4 pontos
percentuais em relação ao ano precedente.
O banco justifica que parte
significativa das receitas fiscais provém dos impostos sobre rendimento, dos
quais 67,9 porcento correspondem às mais-valias arrecadadas dos grandes
projectos da indústria extractiva.