BID concede 200 milhões de USD a Moçambique
Elísio Muchanga
À margem da 40ª Reunião do BID em Maputo, e
numa altura em que a região Centro e Norte do país experimentam um défice no
fornecimento de energia eléctrica, o Banco Islâmico de Desenvolvimento facilitou
o crédito a Moçambique de 200 milhões de dólares norte-americanos, destinados a
financiar o Projecto da Linha de Transporte de Energia Eléctrica
Chimuara-Nacala.
O valor em forma de empréstimo concedido a Moçambique foi outorgado pelo Presidente do BID, Ahmed Mohamed Ali, e por Adriano Maleiane, ministro da Economia e Finanças, à margem da 40ª Reunião daquela instituição financeira islâmica, que decorreu semana finda em Maputo.
O projecto para o qual o valor foi concedido, em forma de crédito, está orçado em 600 milhões de dólares e o mesmo deverá ser implementado pela Electricidade de Moçambique, EP (EDM), e neste prevê-se a criação de uma segunda linha de transporte de energia que vai permitir o reforço do fornecimento de energia às regiões Centro e Norte do País, com particular destaque para a Zona Económica Especial de Nacala, onde estão em curso variados empreendimentos que necessitam de energia eléctrica.
Segundo Ahmed Mohamed Ali, Presidente do BID, o investimento do Banco situa-se em 300 milhões de dólares. Falando à imprensa, o Presidente do BID afirmou não estar satisfeito com este volume de investimento.
“Nós não estamos satisfeitos com
esta cifra, gostaríamos de incrementar as nossas operações em Moçambique,
trabalhando com o sector privado e mesmo com instituições públicas para
podermos incrementar o volume dos meios financeiros que atribuímos ao país, bem
como aumentar as nossas actividades”, frisou.
“Com efeito, o Banco Islâmico de Desenvolvimento, com activos de cerca de 778 mil milhões de dólares em 2014, já contagiou diversos países em África a utilizar produtos específicos, incluindo janelas de finanças islâmicas nos bancos que operam em diversos países”, frisou o Chefe de Estado, afirmando ainda que a oportunidade para Moçambique reside na parceria do BID com os bancos locais, conhecedores do país e com rede de retalho bastante extensa, desde que experiências na óptica de regulamentação para estar em conformidade com o SHARIA sejam observadas e os serviços devidamente divulgados.
“O facto do Banco Islâmico de Desenvolvimento, através do seu braço privado, financiar operações com base em activos reais afigura-se apropriado para a solução da falta de colaterais das nossas Pequenas e Médias Empresas”, salientou.
“É nosso desejo que, a médio prazo, a presença do Banco Islâmico de Desenvolvimento também se sinta ao nível do nosso sistema financeiro, de forma a contribuir para a manutenção da estabilidade do sector financeiro, aumentar o acesso aos serviços e produtos financeiros e constituir alternativa para a oferta de capital para apoiar o desenvolvimento do nosso sector privado”.
Nuysi manifestou na ocasião o interesse de ver instalada no país uma representação do Banco Islâmico de Desenvolvimento. “A instalação de uma representação do Banco Islâmico de Desenvolvimento e a implantação das suas Finanças no nosso País serão de capital importância para a materialização de parte desses objectivos”.