terça-feira, 16 de junho de 2015


BID concede 200 milhões de USD a Moçambique

 
Vinte milhões de dólares são quanto o Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID) concedeu a Moçambique para serem investidos na construção da Linha de Transporte de Energia Eléctrica Chimuara-Nacala. Entretanto, o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou ser fundamental o estreitamento de relações com o BID, tendo manifestado o interesse de ver instalada uma representação do BID em Moçambique e a implantação das suas Finanças no país.

Elísio Muchanga

À margem da 40ª Reunião do BID em Maputo, e numa altura em que a região Centro e Norte do país experimentam um défice no fornecimento de energia eléctrica, o Banco Islâmico de Desenvolvimento facilitou o crédito a Moçambique de 200 milhões de dólares norte-americanos, destinados a financiar o Projecto da Linha de Transporte de Energia Eléctrica Chimuara-Nacala.

O valor em forma de empréstimo concedido a Moçambique foi outorgado pelo Presidente do BID, Ahmed Mohamed Ali, e por Adriano Maleiane, ministro da Economia e Finanças, à margem da 40ª Reunião daquela instituição financeira islâmica, que decorreu semana finda em Maputo.

O projecto para o qual o valor foi concedido, em forma de crédito, está orçado em 600 milhões de dólares e o mesmo deverá ser implementado pela Electricidade de Moçambique, EP (EDM), e neste prevê-se a criação de uma segunda linha de transporte de energia que vai permitir o reforço do fornecimento de energia às regiões Centro e Norte do País, com particular destaque para a Zona Económica Especial de Nacala, onde estão em curso variados empreendimentos que necessitam de energia eléctrica.

 BID pretende incrementar investimentos em Moçambique

 Desde 1995, quando Moçambique aderiu ao BID, o valor dos investimentos situa-se até agora em cerca de 300 milhões de dólares norte-americanos. Actualmente estão em curso 22 projectos, avaliados em 160 milhões de dólares.

Segundo Ahmed Mohamed Ali, Presidente do BID, o investimento do Banco situa-se em 300 milhões de dólares. Falando à imprensa, o Presidente do BID afirmou não estar satisfeito com este volume de investimento.

 “Nós não estamos satisfeitos com esta cifra, gostaríamos de incrementar as nossas operações em Moçambique, trabalhando com o sector privado e mesmo com instituições públicas para podermos incrementar o volume dos meios financeiros que atribuímos ao país, bem como aumentar as nossas actividades”, frisou.

 Criado em Dezembro de 1973, o BID é uma instituição financeira internacional sedeada em Jeddah, Reino da Arábia Saudita, com a missão de estimular o desenvolvimento económico e o progresso social dos Estados membros.

 Nyusi quer ver aprofundadas relações com BID

 Dirigindo-se a mais de 700 delegados representando mais de 56 países na 40ª Reunião do Banco Islâmico de Desenvolvimento, o Presidente da República, Filipe Nyusi, afirmou que para a materialização dos objectivos estratégicos do Governo, de aumento do emprego, da produtividade e da competitividade, gerando riqueza e desenvolvimento inclusivo, é fundamental o aprofundamento da cooperação do Governo com o Grupo Banco Islâmico de Desenvolvimento.

 O Chefe de Estado referiu que para a materialização e a subsequente implementação adequada das prioridades estratégicas do Programa Quinquenal do Governo vai exigir um volume de investimento cada vez mais elevado, sendo fundamental, a par do uso de recursos internos, a contribuição dos parceiros de cooperação.

“Com efeito, o Banco Islâmico de Desenvolvimento, com activos de cerca de 778 mil milhões de dólares em 2014, já contagiou diversos países em África a utilizar produtos específicos, incluindo janelas de finanças islâmicas nos bancos que operam em diversos países”, frisou o Chefe de Estado, afirmando ainda que a oportunidade para Moçambique reside na parceria do BID com os bancos locais, conhecedores do país e com rede de retalho bastante extensa, desde que experiências na óptica de regulamentação para estar em conformidade com o SHARIA sejam observadas e os serviços devidamente divulgados.
“O facto do Banco Islâmico de Desenvolvimento, através do seu braço privado, financiar operações com base em activos reais afigura-se apropriado para a solução da falta de colaterais das nossas Pequenas e Médias Empresas”, salientou.

“É nosso desejo que, a médio prazo, a presença do Banco Islâmico de Desenvolvimento também se sinta ao nível do nosso sistema financeiro, de forma a contribuir para a manutenção da estabilidade do sector financeiro, aumentar o acesso aos serviços e produtos financeiros e constituir alternativa para a oferta de capital para apoiar o desenvolvimento do nosso sector privado”.

Nuysi manifestou na ocasião o interesse de ver instalada no país uma representação do Banco Islâmico de Desenvolvimento. “A instalação de uma representação do Banco Islâmico de Desenvolvimento e a implantação das suas Finanças no nosso País serão de capital importância para a materialização de parte desses objectivos”. 

 

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