Cabo Verde e
Timor-Leste estão "bem encaminhados" para conseguir erradicar a
malária em 2020, enquanto Moçambique continua entre os países com mais casos
registados em 2018, segundo um relatório divulgado em Genebra.
De acordo com o
relatório anual sobre malária da Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença
causou em 2018 mais de 400 mil mortes, 380 mil em África e 270 mil de crianças
menores de cinco anos.
As estimativas
da OMS apontam ainda que no ano passado foram registados 228 milhões novos
casos de malária em todo o mundo, 213 milhões dos quais em África (212 milhões
em 2017), com seis países a concentrarem quase metade das infeções.
Moçambique, com
4% dos casos de paludismo registados nesse ano, é o único país lusófono neste
grupo, que é encabeçado pela Nigéria (25%), República Democrática do Congo
(12%), Uganda (5%), Costa do Marfim e Níger (4% cada).
Estes países
integram um grupo de 11 Estados prioritários da iniciativa lançada pela OMS em
2018 "De grande carga a grande impacto", que visa acelerar os
progressos no combate à malária nos países onde a doença se mantém endémica.
Burkina Faso,
Camarões, Gana, Índia, Mali, Moçambique, Níger, Nigéria, República Democrática
do Congo, Tanzânia e Uganda são os países prioritários da campanha.
Segundo as
estimativas da OMS, em 2018, foram registados 155 milhões de casos de paludismo
nestes 11 países, tendo a Índia e o Uganda registado "reduções
consideráveis" no número de casos em comparação com o ano anterior, menos
2,6 milhões e menos 1,5 milhões respetivamente.
Em sentido
contrário, a Nigéria e o Gana tiveram "aumentos importantes" no
número de casos, respetivamente mais 3,4 milhões e mais 0,5 milhões de casos.
Fora deste grupo
de países, Angola concentra 3% dos casos de malária em África.
Como nota
positiva, o estudo adianta que pelo menos 10 países dos 21 que integram a
iniciativa E-2020, da OMS, estão "bem encaminhados" para alcançar um
dos marcos da Estratégia Mundial contra a Malária 2016-2030, de erradicação do
paludismo até 2020.
Entre estes,
contam-se os lusófonos Timor-Leste e Cabo Verde, bem como a Argélia, Belize,
Butão, China, El Salvador, Malásia, Irão e Suriname.
Em 2015, o
paludismo era endémico em todos estes países, sendo que, atualmente, praticamente
não notificam casos ou notificam casos residuais.
Timor-Leste
lidera este conjunto de países, não tendo registado qualquer caso de malária em
2018.
Em 2006,
Timor-Leste registou mais de 223 mil casos, valor que caiu para 113 mil casos
quatro anos depois, para 36 mil em 2011 e para apenas 26 em 2017.
Em Cabo Verde,
depois da epidemia declarada em 2017, com o registo de quase 500 casos, a
maioria na cidade da Praia, as estimativas da OMS apontam para a inexistência
de casos autóctones em 2018, colocando o país no caminho para a erradicação da
doença em 2020.
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