CPLP lança
campanha “Juntos contra a fome”
A Comunidade de Países
de Língua Portuguesa (CPLP) lançou semana finda, em Maputo, a campanha “Juntos contra
a fome”, um acto que tem como objectivo mobilizar fundos para a erradicação da
fome na CPLP, onde se acredita que a fome afecta cerca de 250 milhões de
pessoas, das quais 28 milhões sofrem de desnutrição crónica.
By Elísio Muchanga
Os
fundos, a serem angariados pela campanha, serão usados para a atribuição de
terras aos agricultores e cidadãos que queiram praticar a actividade agrícola
mas carecem de espaço para o efeito, bem como para a aquisição de insumos
agrícolas.

“Com preocupação notamos que as crianças que hoje enfrentam a desnutrição crónica são potenciais vítimas do insucesso escolar e amanhã serão, provável e infelizmente, adultos pobres. E é este ciclo de injustiça e predestinação ao fracasso que urge rompermos”, acrescentou.

Referiu que foi
com o objectivo de contribuir na erradicação da fome que Moçambique, quando
assumiu a presidência da CPLP, em 2012, elegeu a “Segurança Alimentar e
Nutricional” como lema central da sua presidência.
“A fome dói e mata. Marca negativamente gerações inteiras, descaracteriza o tecido social, adia sonhos e esperanças e mancha o processo e o desenvolvimento das pessoas, das comunidades e das nações. A fome também divide as pessoas e as nações”, disse.
Disse
ainda que as redes de telefonia móvel chegam aos recantos mais recônditos da
terra, mas continua a existir gente que não tem um prato de comida e, assim,
condenada a uma vida miserável ou uma morte inglória, despojada de direitos e
valores morais e sociais.

O representante
da FAO explicou que os recursos resultantes desta campanha servirão para
complementar os esforços dos governos, dos seus parceiros, do sector privado e
da sociedade civil em geral.
“Queremos ajudar
os agricultores. Paradoxalmente, 80 porcento das pessoas que passam fome em
África são agricultores. Praticam uma agricultura rudimentar que não permite
sequer alimentar condignamente as suas famílias”.
O secretário executivo
da CPLP, Murade Murargy, que também é moçambicano, afirmou que a CPLP pretende
ter territórios livres da fome, com agricultores sem fome e crianças com um
futuro próspero.“São estes os três eixos nos quais em consonância com a estratégia de segurança alimentar e nutricional se baseia a Campanha da CPLP Juntos Contra a Fome”, disse Murargy, para de seguida afirmar que espera que a fome seja erradicada até 2025.
Em Moçambique, dados revelados pelo Ministério da Agricultura indicam que uma em cada duas crianças de idades compreendidas entre zero e cinco anos sofre de desnutrição crónica, fazendo quase 50 porcento de crianças afectadas.
O número total de pessoas que passam fome, ainda de acordo com o ministro da Agricultura moçambicano, José Pacheco, é de cerca de 300 mil, grande parte destas nas
zonas rurais.
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