Na XII Reunião Extraordinária
Ministros dão luz verde à adesão da Guiné-Equatorial à CPLP
·
Decisão final será
tomada pelos chefes de Estado em Julho na cimeira de Díli
O
Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)
recomendou aos chefes de Estado a adesão da Guiné-Equatorial como membro de
pleno direito da organização. A recomendação aos chefes de Estado aconteceu
momentos após a realização da reunião do Conselho de Ministros da CPLP, integrada
pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da organização, que teve lugar semana
finda, na capital do País. Entretanto, a adesão daquele país à organização é
bastante criticada por organizações ligadas aos Direitos Humanos.
By Elisio Muchanga
Pesam sobre esta recomendação o facto de a Guiné -
Equatorial ter cumprido com todas as exigências para se tornar membro de
plenos direitos na comunidade lusófona.A decisão tornada pública no final da XII Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, considera que a Guiné - Equatorial deu passos significativos para a sua adesão com destaque para a suspensão da pena de morte com efeitos imediatos. Porém a decisão final sobre a adesão da Guiné - Equatorial à CPLP como o status de membro de pleno direito será tomada pelos Chefes de Estado e de Governo da organização quando se reunirem no próximo mês de Julho, em Díli, capital de Timor-Leste.
Falando
no fim da Reunião Extraordinária
do Conselho de Ministros da CPLP, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação
(MNEC), Oldemiro Baloi, garantiu que a pena de morte na Guiné - Equatorial está suspensa há mais de três dias, e "esperamos
que este processo evolua com o decorrer do tempo", disse.
Sobre a implantação da língua
portuguesa naquele país, Baloi disse que a matriz principal para adesão à CPLP
é que o país assuma a língua portuguesa.
"O plano de adesão à CPLP
inclui todo um conjunto de medidas tendo em conta a implantação da língua
portuguesa. A Guiné-Equatorial tem-se esforçado nesse sentido. Por exemplo, ela
não tinha uma embaixada em Portugal e abriu. Criou, em duas cidades, centros
culturais e está a criar condições para que no ensino primário seja
implementada a língua portuguesa."
Ainda sobre o mesmo prisma foi solicitado como primeiro passo
para a Guiné-Equatorial que, pelo menos, avançasse com uma moratória. Isto foi
feito. Assim, foi removido o último obstáculo para que os Estados-membros, ao
nível ministerial, recomendassem a adesão da Guiné-Equatorial à CPLP.
O comunicado, lido no final da reuniao,
refere que "esta medida permitirá
que a Guiné Equatorial se aproxime muito significativamente do núcleo de
princípios fundamentais ao qual se assenta a CPLP." Oldemiro Balói falou
de outros passos dados pelo Governo de Obiang.
Por seu
turno o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné
Equatorial, Agapito Mokuy, falou durante
o encontro dos passos dados pelo seu país com vista à adesão à CPLP.
"O Governo da Guiné Equatorial já adoptou o português como idioma oficial. Há programas bastante contundentes que permitem a população falar o português", esclareceu o ministro.
"O Governo da Guiné Equatorial já adoptou o português como idioma oficial. Há programas bastante contundentes que permitem a população falar o português", esclareceu o ministro.
Guiné-Bissau continua a
inspirar forte preocupação
A
reunião do Conselho de Ministros da CPLP tinha como agenda a discussão da
situação política na Guiné-Bissau onde o
organização (CPLP), notou que a situação política naquele país
continua a inspirar forte preocupação, pois incidentes graves e a contínua
impunidade demonstram a fragilidade das instituições guineenses e do Estado de
Direito no país.
Oldemiro
Baloi, falando em nome do organismo,
saudou a conclusão do recenseamento eleitoral na Guiné-Bissau, que constitui um
passo importante para realização das eleições e consequente normalização
política, social e institucional do país.
Instou
as forças vivas da República da Guiné-Bissau a envidar todos os esforços para a
realização de eleições, já adiadas mais
de uma vez, no prazo mais exíguo
possível, com vista à restauração, com a máxima brevidade, da ordem
constitucional e ao início de um novo ciclo que permita materializar as reformas
necessárias ao desenvolvimento do país.
O
organismo, disse o governante, manifestou a disposição de envio de uma Missão
de Observação Eleitoral à Guiné-Bissau, o que demonstra o empenho da CPLP em
contribuir para o sucesso do processo eleitoral e para a sua credibilização
interna e externa.
A CPLP
saudou os esforços de todos os partidos políticos na promoção de um clima
favorável à realização de eleições livres, transparentes e participadas,
conducentes à restauração da ordem constitucional na Guiné-Bissau bem com
reiterou a importância da cooperação da CPLP com os parceiros internacionais,
nomeadamente a CEDEAO, a União Africana, a União Europeia e as Nações Unidas, e
apelou ao seu aprofundamento, tendo em vista a garantia da estabilidade do país
após o período eleitoral.
Sem comentários:
Enviar um comentário