Condecorando Paulina Chiziane e Ungulani ba ka
khosa
Governo português reconhece feitos de
escritores Moçambicanos
O governo português reconheceu semana
finda numa cerimónia de estado na capital Moçambicana Maputo através de galar
doação os feitos dos escritores Paulina Chiziane e Ungulani Ba Ka Khosa
condecorando-os com o grau Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Elísio Muchanga e Adelina Pinto
Em mensagem sobre esta condecoração, o Presidente português, Aníbal Cavaco Silva, disse que a distinção, sob a forma de condecorações, do serviço prestado no exercício de cargos públicos, do mérito artístico, científico ou empresarial, “é uma tradição que devemos cultivar, pelo prestígio que as Ordens Honoríficas possuem para os agraciados e, acima de tudo, pela circunstância de permitirem destacar personalidades e instituições verdadeiramente notáveis, que devem servir de modelo à nossa sociedade”.
O governo português considera a atribuição destas condecorações como um sinal “inequívoco” do apreço e do reconhecimento do Estado português pelos dois escritores e intelectuais moçambicanos, que se destacam pelo seu “grande contributo” para o enriquecimento das letras moçambicanas e para a divulgação de Moçambique e das suas culturas a nível internacional.
Falando terça-feira em conferência de imprensa, em Maputo, Paulina Chiziane e Ungulani Ba Ka Khosa mostraram-se 'surpreendidos' com a atribuição do grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
“Este reconhecimento é muito alto, então quando o senhor embaixador (de Portugal em Moçambique, José Augusto Duarte) chamou-me para fazer a comunicação, fiquei meio-zonza: ainda não estou habituada a receber coisas boas. Foi uma grande e agradável surpresa', disse Paulina Chiziane, citada pelo jornal “Notícias”.
Uma das escritoras moçambicanas mais conceituada, Paulina Chiziana é autora de obras como “Ventos do Apocalipse”, “Sétimo Juramento”, “Baladas do Amor ao Vento”, 'Niketche', 'O Alegre Canto da Perdiz', 'Na mão de Deus' e mais recentemente “Por Quem Vibram os Tambores do Além?”.
'Recebo de braços abertos esta homenagem de Portugal, que ontem foi inimigo, mas hoje caminha junto com Moçambique. Com muita emoção, dedico esta homenagem à paz (em Moçambique)', disse Chiziane.
Ungulani Ba Ka Khosa também disse ter ficado 'meio atordoado' com a distinção, que 'estende a todos os outros escritores'.
'Nunca pensei que deste canto de Moçambique, não sendo um escritor dos grandes meios comerciais, pudesse receber esta distinção', enfatizou Khosa, autor de conceituadas obras como 'Ualalapi' e 'Orgia dos Loucos'. Ungulani Ba Ka Khosa é também autor de 'Histórias de Amor e Espanto', 'Choriro' e mais recentemente “Entre as memórias Silenciadas”.
De acordo com a agência Lusa, esta foi a primeira distinção com a ordem honorífica do Infante D. Henrique recebida por escritores moçambicanos, menção apenas atribuída aos antigos presidentes moçambicanos Samora Moisés Machel e Joaquim Chissano, no grau de Grande Colar, respectivamente, em 1982 e 1993.
Os primeiros escritores condecorados com esse grau aproveitaram a ocasião para 'apelar para o diálogo' entre o Governo e a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, de modo a ultrapassar a actual tensão político-militar que se vive no país.
Ungulani Ba Ka Khosa dedicou a distinção à paz. 'É à paz que dedico este prémio”, frisou.
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